Tenho saudades quando não estás e, á noite, as paredes do meu quarto falam a tua voz, proferem as tuas palavras, eu adormeço embalada na tua melodia, de coração cheio e alma quente desejando que tu estivesses ali, a mexer no meu cabelo, com a cabeça no meu peito, e eu a sentir o teu respirar. Amo-te, eu não me canso de o dizer e dizia-o mais mil vezes.

Magia. Eu, tu, o mar, a lua, a noite, a brisa, a nossa alma, a minha e a tua que eram uma. A tua respiração, a minha, as palavras, tudo o que me passou pela cabeça. Tudo se juntou num momento, que eu senti taaoo profundamente. A vontade de fundir o meu corpo com o teu, de o teu e o meu coração serem um. A vontade de te abraçar e ficar naquele lugar a tentar, ainda que impossivelmente, definir o que sinto. Nao sei se acredito em destinos, caminhos traçados, almas gemeas, todas essas coisas, mas afirmo, e sem exageros, que os sonhos me levam a acreditar nisso. Sinto que 'nada nos separa e isto esta destinado'. Desculpa se parece exagero, mas é o que sinto. E sem exageros.

Hoje era assim, mas eu ficava ali, assim, durante esta noite e o próximo dia e a próxima noite, dia... so para te sentir comigo. Eu juro, juro por tudo, nunca antes me ter sentido assim. Só que te sinta a olhar para mim, por um instante tao efémero, apetece abraçar-te e ficar assim por momentos indefiniveis. Nao posso negar, nao posso esconder: confesso que sentir as tuas maos em mim é como se, docemente, alguem estivesse a ler o meu corpo. Fazer pausas, como se tropeçasses numa vírgula ou num ponto final, ora curtas ora mais demoradas. O prazer de sentir o teu cheiro como o cheiro do livro que mais curiosidade tenho de saborear. Sentir a tua respiração e respirar, como quando respiro quando as letras sao tao suaves e me envolvem de tal forma que dou por mim dentro do livro. E tu, dentro do meu peito. Sentir-te perto de mim, taao bom.

Como me sinto bem contigo, nao é necessario muito, basta o teu sorriso, a tua voz, a tua pele. O teu cheiro invade o meu corpo, abraças-me e eu desejo ficar assim por tempos ilimitados. Segredar-te ao ouvido o quanto gosto de ti que nem sei bem dizer, encher-te de beijos e carinhos, quero passar os melhores momentos contigo. Sou capaz de te confiar tudo. Que parvoice era esta de falta de coragem de te dizer tanta coisa, que ainda nao foi dita pois nao a sei traduzir. Foi ao ate ao Dia, no meio de todos, em que nos aproximamos de forma diferente e ainda mais bonita, foi, para mim, como se tudo desaparecesse, menos Tu. Neste momento a minha alma esta fria, nesta cama gelada que deixaste por preencher, hoje... O teu peito faz-me sentir no topo do mundo e as tuas maos, a criatura mais protegida. Quero-te aqui, vem aquecer-me, preencher-me a alma. Amo-te, fica comigo.

Eu no fundo sei tudo, tudo o que te omito por ... nem sei bem porquê. Mas estando tudo tão bem guardado, e este tempo todo, custa tirar as teias, o pó e a estar perfeito. Eu, que quero que me mostres tudo o que é teu, eu, que anceio pela presença do teu peito no meu, pelo teu braço nas minhas costas, os labios teus na minha face, o respirar no meu ouvido. Só quando estiver 'perfeito', nao sei. Repousa no mais fundo de mim, no mais cheio de mim, no mais quente. Quer sair mas, mas, mas volta para dentro, mais uma vez. Sufoca-me, aquece-me e conforta-me.

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O teu abraço preenche-me a alma. É como se nos pertencêssemos e te pudesse confiar tudo. A tua cara na minha, o teu respirar, o meu pescoço, as minhas costas, arrepias-me. Até que, mais uma vez e não suficiente, deixo-me levar pela leveza dos teus lábios, fico mais leve e sinto que o mundo é meu, sem exageros. Nem a chuva nos demoveu, como num conto de fadas. Promete-me, jura-me que não é nenhuma história de encantar, daquelas que depois dos momentos mais inesquecíveis e mágicos acaba, e recontadas e recontadas já não sabem do mesmo modo. Contigo.

No meio da multidao. Os nosso olhares trocam-se, profundamente. Os meus olhos querem pedir desculpa pelas vezes que te falto, o coração fala mais alto e, deixo que as nossas maos se amarrem os nossos corpos se toquem. Já sinto o teu respirar, cada vez mais perto e mais perto, e o meu, cada vez mais prufundo. É entao que os labios se tocam e o coração bate ainda mais forte. As línguas provam-se, entrelaçam-se como as folhas e o vento, numa melodia calma e temerosa, tal qual. E eu, eu sinto-me tua e sinto-me tao bem. No meio da multidao que ali ficou parada, só para nós.